01/11/2011
Guadalajara, México
O Brasil terminou com a primeira colocação no quadro de medalhas de judô nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara com seis ouros, três pratas e quatro bronzes. No entanto, nenhuma das douradas foi conquistada por uma mulher. As que chegaram mais perto do título foram Rafaela Silva e Érika Miranda, que perdeu para a cubana Yanet Bermoy, neste sábado, na categoria meio-leve.
Quando saia do tatame com Sarah Menezes, bronze no peso ligeiro ao derrotar a colombiana Luz Adela Álvarez, a técnica Rosicléia Campos parou para falar com os jornalistas brasileiros e foi questionada sobre o que achava do desempenho feminino no Pan. A resposta veio em tom de crítica para boa parte das judocas, principalmente com Rafaela Silva e Mayra Aguiar.
"Ficou aquém da capacidade da equipe, elas lutam melhor do que isso. Com um resultado desse, mostra que precisamos crescer, mas que as atletas ainda não estão maturadas. Têm atletas vice-campeãs do mundo, como Rafaela Silva, que entrou respeitando a cubana, bem mais velha, apesar de ser experiente", disse.
"Esse é um evento 'petit' do que é uma Olimpíada, as derrotas vieram na hora certa. Sarah, Mayra, Érika e Rafaela são atletas que a gente realmente acredita pelo que vêm desempenhando no cenário internacional. A avaliacao é ruim, peço desculpas a todos, muitas não deram o que poderiam dar".
"No caso da Érika, a cubana foi superior, mas nos outros casos avalio que faltou coração, entrega, o merito não é da adversária, é desmérito da atleta. Falta a gente reavaliar, sou uma pessoa muito otimista, detesto perder, ainda mais dependendo da forma de como é a derrota. Vamos tirar muito proveito de tudo isso aqui", garantiu Rosicleia Campos.
O principal alvo das críticas foi Rafaela Silva, vice-campeã mundial neste ano em Paris e prata no Pan na categoria até 57kg. Ela foi derrotada pela experiente cubana Yurisleidys Lupetey.
"É uma questão de postura. Não consigo entender uma atleta como a Rafaela, que é temida pela campea mundial do ano passado, pela atual campea júnior, chega aqui e respeita uma atleta de Cuba como se ela fosse uma campeã mundial. Isso eu não consigo entender, não admito isso.
"Hoje tive uma reunião com ela, e falei que jamais vou admitir uma postura desta, porque não é leal com ela, com o que treina e o que adquiriu com seus resultados. Rafaela pode até perder como a Érika perdeu, porque foi superioridade da adversária, mas não pode perder por incapacidade dela, por ela se diminuir diante de uma adversaria experiente. Mayra (Aguiar), é a mesma coisa: lutou pessimamente, postura totlamente defensiva", revelou a treinadora.
"Então são essas situações que precisamos trabalhar. Conversei com elas: nunca tive dúvida da capacidade técnica delas. Tem que estar com o coração na mão, tem que sair dali certa de que fez tudo o que podia, e até além, atleta de alto rendimento vai além do que pode. A gente que vê os atletas do México, super-inferiores tecnicamente, estão dando a alma. Isso faltou às nossas atletas, darem a alma", disparou.
Questionada sobre qual postura suas pupilas deveriam ter, Rosicleia Campos disse: "O que falei para elas: vocês nao têm que ser arrogantes nem prepotentes, isso é diferente de serem confiantes. Não posso admitir uma postura submissa, inferior. Elas não são inferiores a ninguém. Houve uma época em que éramos inferiores tecnicamente, hoje isso não existe. Nós nos mostramos inferiores de postura", completou a técnica.
ESPN - Divilgação JUDOinforme
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